O Ninho.

Louise Tamiazzo
2 min readSep 8, 2020

Se você já leu outros desses textos, sabe que minha vida é faseada entre viver por aí e voltar ao "ninho". Saio, passeio, viajo, fico com saudades do ninho, e volto. E aí saio de novo, nesse ciclo que com certeza não é eterno.

O ninho, como era de se esperar, já não é mais o mesmo. Só alguns restos de galhos velhos se mantem numa estrutura meramente similar. O suficiente para acalentar o coração por alguns minutinhos. E continuo a voltar sempre com esperanças de encontrar meu lar quentinho, a segurança do meu ser, do meu existir. Do pertencer com certeza.

Depois de um grande suspiro, percebo que já não caibo mais, o ninho ficou pequeno. Já não dá conta de aquecer o coração inteiro, pertencer ali já não é mais suficiente razão para mim como pássaro crescido. Afinal, hoje eu entendo que o ninho não é eterno. E que eu preciso ou aprender a criar o meu próprio ninho. Preciso ser pássaro sozinho, pássaro crescido.

Mas afinal, se o pássaro é livre, ele também poderia ser ninho-free?

Ou a liberdade é só um conceito muito vago que alguém achou bonito atribuir a um simples pássaro?

Ou, então, apenas uma peça do ecossistema, onde indagar não é permitido?

Só sei que as vezes, bate uma vontade desesperadora de voltar correndo para aquele mesmo lugar, que hoje não passa de uma verosimilhança. E o desespero só cresce.

De novo, entrego um texto com mais perguntas do que respostas, e espero não o desapontar por isso, meu caro leitor.

--

--

Louise Tamiazzo

Creative Designer, Brand Strategist, Digital Gypsy, Backpacker, Dancer Wannabe, Playful Writer and Secret Agent. Nice to meet you! http://louisetamiazzo.com