Anti-Oração
Ela acordou com o sol em seu rosto, naturalmente. Que belo dia. No relógio, marcava 3 minutos para o próximo despertador. Ela não sabia se dormia por mais três minutos, ou se lamentava-se pelos três próximos minutos.
Levanta. Abre o chuveiro. Saboa, saboa. Roupas, geladeira. Pão, Ovos, Penteia o cabelo. Perdeu o ônibus.
Atrasada. O sol da matina já se meteu atrás das nuvens. Aguarda o horário de almoço. O almoço acabou.
Fuma um cigarro que não quer, só pelo prazer dos “dez minutinhos” a mais. Que se iniciem as engrenagens da lavoura, a lavoura dos Milleniuns. Tec, tec, tec. Click.
Partiu. Hoje não tem Happy Hour. Hoje tá frio. Passa gente, entra gente, sai gente. Chegou o ponto. Hora da novela, da série, do facebook. Nenhuma história interessante no Instagram. Que desperdício.
O negro das pálpebras cobrem seu mundo. Acabou. Até amanhã.