Amarguras de Relacionamentos Passageiros

Louise Tamiazzo
2 min readMay 25, 2018

Estou naqueles momentos de coração tranquilo, o que com certeza trás mais lucidez. E acredite, na falta dela, eu mesma desprezaria minhas palavras e iria atrás de qualquer artigo que conviesse ao meu sentimento de não aceitação.

Relacionamentos não duram para sempre, não exatamente iguais, pelo menos. Não são feitos para isso. Como sei? Ache qualquer exemplo que está exatamente do jeito que começou, que o amor não mudou. Somos seres em eterna mutação, inseridos em um ambiente que a cada segundo não é mais o mesmo. As vezes muda para melhor, as vezes para pior — e acaba. Mas tudo bem.

Eu sei. Dá um puta trabalho aceitar, e principalmente gostar, dessas mudanças todas. Tudo que todos nós queríamos era sentar numa deliciosa poltrona, com um delicioso café e ter plena certeza que tudo estará bem para sempre. Que nossa família sempre será perfeita, que nunca passaremos aperto, e que o amor da nossa vida sempre estará lá, ele (a) por nós, e também nosso amor por ele (a). Mas não será assim.

Porque é tão intrínseco nosso esperar por isso quando o contrário é tão mais óbvio? E porque problematizamos tanto? Se o outro do nada aparece em nossa vida, vira o mundo de cabeça para baixo e some, por que só vemos o lado negativo disso? Deveríamos saber aproveitar os momentos bons juntos, e apenas aceitar que não duraria para sempre. A velha história do seja eterno enquanto dure.

Mas não, nos apegamos ao fato de que “acabou” de que “nunca mais vou ter de volta” e de que “perdemos”.

As vezes, até que foi o outro que veio na nossa vida, imaturamente, sem saber o que queria, sem responsabilidades com o nosso coração, e foi-se embora. Culpado! Mas por que, ele deveria saber em primeira mão que não iria durar? Talvez realmente não fosse a intenção dele(a), talvez nem ele mesmo soubesse, talvez estivesse só explorando. Será que a responsabilidade é só do outro para com o nosso coração? Ou é nosso coração que deve ser maturo o suficiente para entender as idas e vindas do amor?

Talvez seja tempo de sermos egoístas o suficiente para gostarmos primeiro de nós mesmo, para primeiro sermos auto-sustentáveis, capaz de nos auto-alimentar de amor antes de alimentar alguém mais. Se você ficar, ótimo, tem espaço. Se for embora, tá tudo bem também.

É duro.

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Louise Tamiazzo

Creative Designer, Brand Strategist, Digital Gypsy, Backpacker, Dancer Wannabe, Playful Writer and Secret Agent. Nice to meet you! http://louisetamiazzo.com